Houve um momento no passado, que não consigo precisar com exatidão, mas que julgo ter ocorrido durante o fim do inverno deste ano, em que dei por mim a pensar no que fazer, qual o rumo pelo qual enveredar. Estava prestes a terminar o processo de pesquisa que delineara para o meu novo romance e o dia (o grande dia) em que iria abrir o ficheiro e começar o primeiro capítulo aproximava-se rapidamente. Foi então que decidi escrever o livro que desejava, imune a pressões, sem querer agradar a ninguém. Entreguei-o a uma nova editora no passado dia 30 de agosto.
Cultura Editora será a chancela que irá publicar o meu quinto original. Apesar de jovem, esta nova casa é habitada por profissionais muito experientes, aos quais agradeço a oportunidade de me incluírem na «família». Trata-se das mesmas pessoas que têm estado nos bastidores de livros de inquestionável sucesso como Arquipélago, de Joel Neto, ou Prometo Falhar, de Pedro Chagas Freitas, dos quais, ao lado de outros escritores que respeito e admiro, como Carla M. Soares, Flávio Capuleto ou Luís Corredoura, passarei a ser colega.
Não tornarei públicas as razões pelas quais denunciei o contrato com a TopBooks, apesar da exclusividade que concedi a esta editora antes de reeditar O Espião Português e que tinha inclusivamente sido aumentada aquando do contrato da Célula Adormecida. Não se trata de ingratidão. Reconheço que talvez não tivesse chegado até aqui sem os livros que publiquei com a TopBooks, que me terão dado a mão quando mais ninguém o queria fazer. Mas tenho de procurar o que é melhor para mim e para o futuro que desejo dar aos meus livros. Independentemente dos resultados que o ano de 2018 possa trazer, estou feliz com a opção tomada. Sou agora um autor livre, cujo único compromisso é para com a Agência das Letras, o escritório de agenciamento literário que me passou a representar. O que estará por vir será sempre incerto, mas encaro-o com renovado otimismo e esperança, algo que talvez tenha perdido de há um ano a esta parte.
Não me irei alongar sobre o que será ou não o meu novo livro. Ainda é demasiado cedo, pois nem sequer se encontra fechado. Tratar-se-á de mais um thriller psicológico, embora diferente do anterior, já que pouco ou nada tem a ver com terrorismo. A capa e o processo de edição já arrancaram, este último ao encargo de Hugo Gonçalves, coautor da série de televisão País Irmão, atualmente a ser exibida pela RTP1. Poderia enunciar aqui uma sucessão de adjetivos acerca do conteúdo, embora prefira não o fazer, não só porque me cairia mal, mas porque prefiro deixar essa responsabilidade ao encargo dos seus futuros leitores. A minha visão será sempre subjetiva e as coisas são o que são. Repito que estou particularmente contente e algo surpreso, diria mesmo, pela qualidade do resultado final. Deixo-vos aqui com a primeira imagem. Em janeiro ou março do próximo ano renascerá com uma capa e a forma de um livro.